terça-feira, novembro 03, 2009

Obrigado António


Cresci com os seus desafios melódicos.
A sua procura constante e teimosia em seguir um caminho único fizeram dele parte da história da Rádio e da Música nacional e internacional que pairava pelas suas sessões no Éter. Pela menos da minha história da Música e de tantos outros que soube prender a cada nota e a cada sílaba.
Descobri que era possivel trocar o pronto-a-ouvir dos ditos canais musicais e das playlists infernais que procuram artificialmente reproduzir gostos de há mais de 10 anos atrás pela Rádio simples, directa, viciante.
A idade foi um posto que nunca usou. A Música sempre prevaleceu, usando-o como canal difusor, presente num silêncio intenso perante o incógnito que cada novo som traz a quem o ouve.
A sua voz cava era o meu farol das madrugadas escuras.
Personalidades desta dimensão não morrem. Ficam por perto, como um Norte magnético perante a confusão e o excesso dos dias.
Não deixem a Rádio morrer com ele.

RIP


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