sábado, março 12, 2005

as ofendidas

Quem vai à guerra dá e leva. Ontem ao confrontarem Sócrates com o défice de mulheres no novo governo, as mulheres socialistas receberam como resposta a inexistência de mulheres dentro do PS, com suficiente protagonismo político e técnico. E por isso reagiram mal, considerando ofensivas e humilhantes as palavras de quem, no tempo da corrida à liderança do partido, prometia às mesmas prioridade no governo, em caso de vitória(s). Se é certo que Sócrates falha já a primeira promessa, é também certo que enquanto existirem grupos "anexos" aos partidos, como são as "jotas" e este Departamento Nacional das Mulheres Socialistas (DNMS), continuarão a existir os ofensores, as ofensas e os ofendidos. Seria muito mais útil se as ditas feministas (ou os ditos jovens) integrassem a dinâmica do partido em conjunto e não separadamente, em grupos de militância quase sindical onde se troca o mérito do trabalho e do reconhecimento pela competência, por género ou faixa etária. É óbvio que todos gostaríamos de ver governos paritários. O que assusta é a cegueira destas ferverosas feministas que nem sequer enchergam a humilhação que isso pode representar quando feito por favor, e da qual me leva a crer que sofram pelas reacções às palavras de Sócrates. A falta de maturidade política destes grupos serve para criar "espectros fantasma" que, no limite, terão a sua própria representação na assembleia. Aos partidos suicidas cabe manter a continuidade dos mesmos e, por consequência, da divisão interna e da instabilidade. Nas mulheres deposita-se a esperança de abandonarem o "departamento" onde praticam virilmente a sua feminilidade, e se tornarem íntegras e dignas no prestigiar das suas congéneres e do seu infinito valor como brilhantes seres humanos que são.