tão natural como a sua sede
O que é curioso é que para já, com estes dois "nãos", criou-se, paradoxalmente, um espírito europeu de união entre os países que estão contra a constituição. Pessoalmente sinto-me mais europeu por partilhar da mesma opinião que os franceses e os holandeses, que, movidos pela mesma força, mostraram já que primeiro está a vontade dos cidadãos e depois a das elites. Tenho a certeza que me sinto mais próximo deles do que os do "sim" entre eles. Até porque, como diz o MM&I no post anterior, estes votarão só e apenas de acordo com a cor partidária - que infelizmente se tornou demasiado maioritária no nosso país.
É curioso também ver o exemplo de democracia que a "mãe-França" nos dá, com o seu presidente a atropelar os resultados do referendo enviando uma missiva a todos os chefes dos estados membros corrigindo a inequívoca mensagem popular, com um "mas apesar de tudo somos pelo sim". Chirac style...
Curioso também o pânico em que se entrou após o segundo "não". O que à partida seria um processo democrático de várias consultas populares tornou-se desde já num processo vexatório para "os grandes", a interromper o mais rapidamente possível. O primeiro minitro Luxemburguês ameaça com o pedido de demissão, caso o "não" vença no seu país. Os ingleses já nem a referendo vão. Schroeder parece ter-se já apercebido do espírito da implosão eminente, aconselhando calma nas reacções às contrariedades. Tudo corre mal. Mas como disse João Cravinho na televisão, "há males que vêm por bem". E mesmo que o PS, o PSD e o PP, pela primeira vez na história da política nacional portuguesa estejam de acordo, terei sempre o conforto dos meus amigos franceses, dos holandeses e dos outros que ainda estão para vir. Ah pobre Beethoven, que nem sonhavas com esta quando escreveste o hino!
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