quinta-feira, janeiro 05, 2006

Balanços...

Num ano em que tanto aconteceu e numa altura do ano em que é preciso encher mais de uma hora de telejornal diário com notícias que simplesmente não interessam nem ao Menino Jesus, já todos os balanços que podiam ser feitos o foram.
E a mim apetece-me falar de algo que não ouvi referido em nenhum: a forma brutal como foram assassinados vários polícias no cumprimento do seu dever na Cova da Moura e na Amadora e como ninguém sequer se deu ao trabalho de tentar descortinar como, em pleno séc.XXI, as nossas forças de segurança ainda são sujeitas a tamanhos riscos quando tal poderia ser facilmente evitado.Falo nisto também porque foi algo que me bateu à porta com grande estrondo e levou um amigo meu que vivia cada dia como se fosse o último e se entregava de corpo e alma à sua profissão de que orgulhosamente se gabava.
Tudo começou com uma simples operação de rotina. O plano era identificar um sujeito tido como suspeito que se sabia estar na Cova da Moura. Infelizmente os agentes iam desprevenidos relativamente à perigosidade do suspeito, treinado no manejo de armas e em técnicas de combate e armado com armas militares inacessíveis no próprio mercado negro, o que se revelou fatal.
Será que alguém se questionou como foi possível tal acontecer? O problema é que poucos sabem das condições em que estes agentes trabalham diariamente.
Todas as despesas, inclusivé com o seu fardamento e com a própria viatura, são suportadas por eles, o intercâmbio de informações com outras forças policiais, que em casos como este se podem revelar vitais, é reduzido ou mesmo nulo, chegando por vezes a ser impossivel, como por exemplo em situações de emergência em que não há sequer acesso imediato a informações fidedignas sobre os próprios suspeitos, o seguro de vida é uma realidade bastante turva e um colete à prova de bala é uma miragem inacessível à carteira de muitos...como o meu amigo, que andava a poupar dinheiro para comprar um.
Dou por mim a pensar: como será a sensação de ter como profissão a salvaguarda da segurança de outrém quando sabemos de antemão que a nossa não é minimamente salvaguardada?Algo vai terrivelmente mal quando se permite que uma situação perversa como esta se arraste sem solução à vista.
Tudo correu bem enquanto as notícias eram "frescas", tudo ia mudar, choveram promessas...O tempo passou e nada mudou.
Numa altura em que se tanto se fala nas tragédias que se passam ou passaram lá fora, tanto se vai passando cá dentro que simplesmente deixou de ser noticia...mas a memória permanece.

2 Comments:

Blogger Freddy said...

Qdo ouço policias a dizerem q nem praticam mto e q nem se esforçam mto nas carreiras de tiro para n terem boas notas e consequentemente para depois n os confrontarem c isso qdo há merda, q mais se pode dizer?

6/1/06 18:53  
Blogger jb said...

eu acho que não devia haver polícia

7/1/06 11:50  

Enviar um comentário

<< Home