segunda-feira, fevereiro 09, 2009

A Vida, o Amor...e as vacas


A Vida

Em Itália a Justiça é lenta, parcial, politizada e, digamos assim, influenciável.
Nada de novo.
Mas no caso que hoje chegou à sua conclusão, estava em causa algo maior do que a imagem internacional das instituições e dirigentes italianos: o direito a dispôr livremente da própria vida.
Assunto polémico, em torno da sua discussão criam-se clivagens profundas que confundem Política, Lei, Moral, Religião e outros entes poderosos afins e igualmente intocáveis, com a essência da natureza humana: o Livre Arbítrio e a Consciência (ou ausência dela...).
Sem eles somos simples seres bafejados com Vida, animados por impulsos de sobrevivência, reprodução, comunicação, eventualmente vida comunitária...
Fará sentido numa sociedade laica, livre, justa e fraterna como se espera poder apelidar a que hoje habitámos no mundo ocidental, serem a Lei e as instituições do Estado a tomarem para si decisões que apenas deveriam competir a quem vê a sua vida influenciada de forma definitiva por elas?
Até que ponto é preverso sentir que, em casos extremos de vida ou morte, poderá não estar nas nossas mãos agarrarmo-nos à Vida ou agir no sentido inverso quando sentimos que chegou a altura de partir?
E como explicar a ausência da possibilidade de decidirmos em vida, perfeitamente sãos de corpo e mente, o que deve ser feito na eventualidade de nos encontrarmos nessa encruzilhada sem a possibilidade de a nossa vontade prevalecer, nomeadamente através dos chamados "testamentos de vida"?
São assuntos delicados (porque primordialmente pessoais e intransmissiveis), que transcendem agendas partidárias e conveniências/pressões políticas e religiosas ou moralidades mais ou menos bacocas sem o mínimo fundamento racional.
Urge que pelo menos se discutam publicamente.As decisões nascerão do confronto de ideias claras e objectivas e de tudo e todos os que delas são indissociáveis.
Em Itália fez-se Justiça e com ela veio a paz, após quase 2 décadas de indecisão e sofrimento.
Há dezassete anos em estado vegetativo persistente, Eluana Englaro viu em Novembro o Supremo Tribunal de Justiça autorizar a suspensão de alimentos para que pudesse deixar morrer, após um longo e polémico processo de 10 anos.
A resposta do Governo italiano, coerente na sua linha de subversão completa do que deve ser a generalidade e abstracção das leis, fazer aprovar apressadamente um decreto-lei proíbindo a suspensão da alimentação de pessoas em coma, mas o Presidente italiano opôs-se.
Hoje, enquanto o Senado reunia de urgência para fazer passar o novo decreto-lei, os prazos estipulados pela decisão judicial cumpriram-se e Eluana deixou para trás uma vida que já há muito não era a sua.
Que o seu testemunho de Vida e de Morte, em coro com tantos outros como Ramon San Pedro, possam pelo menos fazer-nos parar e pensar...Fará sentido tamanha dor?

Que descanse em paz.


...o Amor...



Na Austrália vivem-se momentos de tristeza e dor.
As temperaturas a rondarem por vezes os 50ºC. levam a população ao desespero e ao pânico e as mortes lamentavelmente têm-se sucedido, ascendendo já quase às 2 centenas.
Os últimos incêndios erradicaram do mapa 2 povoações e famílias inteiras sofrem perdas irreparáveis, inconcebíveis entre este dilúvio que por aqui vai persistindo.
As autoridades, impotentes perante a força dos elementos, começam a levantar a hipótese de haver crime por detrás de toda esta tragédia, falando até em assassínio em massa.
O Amor é provavelmente a sua única bóia de salvação, a confiança naqueles que se mantêm perto e a esperança num futuro que tarda em chegar...
Há alturas em que todos somos um só.

...e as vacas

E entre todos estas insignificancias, por aqui vive-se de crises.
Crise na arbitragem, crise no Governo, crise na oposição, crise na economia, crise na arbitragem.
Valem-nos alguns rasgos de génio para nos fazer esquecer deste ambiente...
Queirós revela toda a sua inteligência e espírito empreendedor.
'Se tivermos uma vaca e lhe estivermos sempre a tirar leite sem que ninguém lhe dê de comer e de beber, o leite seca e a vaca morre. De certa forma, foi isso que me propus fazer e nas convocatórias procuramos ter 20/30% de jogadores que vêm ganhar experiência', começou por explicar o selecionador.

Obrigado Mister.
(se alguém arranjar o video deste brilhante discurso por favor mandem o link...)