sábado, março 12, 2005

Ana, a espumada, ataca de novo.

A debilidade intelectual de algumas figuras públicas não é, nem deve ser de estranhar. Revoltante é a atrofia mental de quem ocupa cargos de destaque na vida política ou administrativa. Como é que se chega a um estatuto médio/alto de poder público? No poder autárquico percebe-se ainda que a pessoalização dos eleitos e candidatos seja factor determinante na generalizada criação de popularuchas figuras, que mais tarde ou mais cedo serão alvos de auditorias comprometedoras. De Isaltinos a Campelos, passando em Fátimas brasileiras e Torres Tv-stars, o nosso rectângulo já viu de tudo um pouco. Aí nada de novo. Novo foi termos tido um primeiro-ministro cujo Q.I. competia com o de uma beterraba! Que ele tenha sido presidente de um clube onde 50% dos adeptos lêem o Record e a Caras ao mesmo tempo, nada de surpreendente… Como Presidente de Câmaras encaixa no referido estereótipo. Mas primeiro-ministro já será, convenhamos, um nadinha mais grave. Este é um exemplo clássico de como a mediocridade humana e a insuficiência de recursos mentais chegam e por vezes são armas mais eficazes para se atingir o topo. Chamemos-lhe o síndrome Santana. Um pouco diferente do síndrome Santana é o síndrome Gomes. Em comum têm o facto de quem deles padece não dever filiar-se em qualquer partido e, em alguns casos, não sair à rua. Mas o síndrome Gomes é bem mais engraçado e até já tem cura! Os pacientes estão bem identificados: socialistas, mais de 50 anos, tendência para estalarem e começarem a cuspir opiniões tresloucadas sobre temas actuais contra líderes do próprio partido. Este síndrome foi descoberto há uns anos num espécimen cujo nome não pronuncio por recear represálias, só posso dizer que foi destacado advogado e chamou coisas bem feias ao Paulo Portas. Mais recentemente, com a decisão do PR em dissolver o governo, o até então inominado síndrome reapareceu e aumentou de proporção. À porta do largo do rato uma despenteada senhora ex-diplomata (!!!!!) de lábio trémulo e olhar avermelhado tentava articular o melhor que podia um discurso digno de Óscar. Pensei nunca mais ver essa raiva na Anocas, mas esta semana fui agraciado com o seu discurso anti-socrático de defesa das mulheres no partido. Ao que se sabe, a senhora andava a ser acompanhada por um “segurança” particular contratado já na altura por Ferro, antes da sua demissão, que tinha instruções muito precisas. O dito “segurança” devia fazer os possíveis para evitar que a senhora se exaltasse. O remédio mais eficaz era uma injecção normalmente administrada a elefantes irados de 10 em 10 horas. A Ana apanhava uma de 5 em 5 horas. Dose menor é dada ao mencionado advogado, mas o bastante para que não ressurja a envergonhar as hostes nunca tão rosas. O que se passou, então, para que a ex de Jacarta conseguisse falar da forma que falou esta semana? Dizem as más línguas que o seu “segurança” foi chamado de urgência à sede, qualquer coisa relacionada com “um arraial de porrada nos betos que nos andam a mandar fotografias”. 5 horas e trinta minutos de ausência foram tempo suficiente para que a senhora, até então repousada a tomar um chá numa esplanada na Av. da Liberdade enquanto brincava com um catraio que por lá passava, regressasse a si, esbofeteando compulsivamente o choroso petiz e correndo a marcar uma conferência de imprensa.
Ana, a espumada, voltou à carga.