sábado, dezembro 29, 2007

Uma voz larger than life...


Ontem tive a felicidade de conseguir sacar o tão falado "Back to Black" na sua edição "Deluxe".E luxo é uma excelente palavra para aplicar a este disco.
Inevitavelmente aborda-se o álbum com aquela sensação de que o fazemos influenciados pelo hype que se gerou em torno da persona e da vida privada da artista. Mas todas as desculpas são boas para que estas melodias cheguem aos ouvidos de toda a gente. E não há nada mais injusto do que negligenciar o que é realmente importante (neste caso como em tantos outros...): a Música!
Uma voz daquelas que já não há (multipliquem a Joss Stone por uns milhares...), melodias extremamente "catchy", na esteira da tradição do Blues e do Soul, embora aqui e ali com uns assomos de jazz e até de raggae.
Possivelmente o álbum ganharia outra força se abdicasse das cordas que utiliza frequentemente para "encher" a música, tipo "wall of sound" de um "Let It Be", já que a banda que apoia Amy é excelente e os arranjos são simples, concisos e raramente se excedem, com a dose certa de improviso e de "sing-a-long". No entanto, tal não interfere com a qualidade das melodias, onde o bom gosto é o denominador comum.
E depois a cereja em cima do bolo...a terminar da melhor maneira, uma das melhores malhas do álbum, "Love is a losing game", numa demo original despida de adereços. Uma guitarra e aquela voz a sussurrar-nos ao ouvido que na vida, por muitas voltas que se dê, por vezes é preciso perder para ganhar...
Mesmo sem atentar à letra, para quem nada entenda de inglês e se esteja nas tintas para a porcaria que todos os dias surge nos tablóides britânicos, uma voz destas é muito mais do que quem a canta.
Veio tarde mas ainda vai muito a tempo para a minha galeria pessoal dos melhores do ano.

Para quando um concerto cá no burgo?
Fica o desejo para 2008 que se aproxima.Só faltam mais 11...