terça-feira, novembro 08, 2005

Vitorino - parte II

Quem, como alguns tiverem o grande privilégio, conhece o Vitorino, sabe muito bem que ele não é a triste ovelha que ontem as notícias tentaram apresentar… a ovelha que todos a querem ver como tresmalhada ou preta. Que incrivelmente foi deixada ao acaso, desamparada e sem protecção. Que o mundo reprova e recrimina! Bem pelo contrário….
O Vitorino é o Lobo que não raras vezes ataca o rebanho.
Nós, o rebanho, muitas vezes fomos vilipendiados, assaltados (roubados e furtados), agredidos e insultados pelo lobo mau. Nós, o rebanho, só temos de ficar apreensivos com o teor da sentença.
Eu, (in)felizmente tive o prazer de conviver várias vezes com o Vitorino! Boas e produtivas conversas tivemos. Na altura, eu era um jovem (do tipo conhecido entre todos da escola) e o Vitorino queria fazer carreira entre os maus de Valongo. Era agressivo e dizia-se amigo do Bruno “tolo”! Mas o Bruno era meu amigo e por isso ganhei o respeito dele. Depois disso, cumprimentávamos sempre com um: “- tá-se?”…”- Tá tudo…”!
Foi, por isso, com alguma surpresa que encarei o teor da notícia. 60 VEZES? SEM CARTA?!!!

Comungo da apreensão do nosso Administrador.
Compreensível é a posição do Vitorino. Mau era se ele viesse para a televisão dizer que merecia outra pena!! Consigo, também, compreender a posição do Advogado. Afinal de contas, o Lobo, por mais lobo que seja, merece defesa. E se o lobo é cliente, o Advogada não mais fez que o seu trabalho ao defender os interesses do mesmo (leia-se cliente).
Diferente posição tenho, todavia, em relação ao Mmo. Juiz e ao digníssimo Procurador. Sabemos que se tratava de cúmulo jurídico, sabemos que ele já tinha sido julgado à revelia anteriormente, sabemos que o lobo está arrependido (voltou a vestir pele de cordeiro), sabemos tudo isto (e muito mais). Por isso mesmo é que se discorda da sentença.
Veja-se, a título de exemplo a alegria de todos os amigos (e eu conhece-os a todos e sei bem o percurso que estão a ter. Até parecem pequenos “Vitorinos”, a subir na hierarquia do reconhecimento). Será que o efeito preventivo da sentença se irá repercutir em cada um deles? Será que todos eles se sentem ameaçados com o “Poder” dos Tribunais, com a força da autoridade que a sentença supostamente deveria representar? Obviamente que não.
Por quanto tempo é que o efeito preventivo, em relação ao Vitorino, se vai manter?
Foi feita Justiça? Será que todos os “Vitorinos por esse país fora” (adoro esta expressão) poderão recorrer a esta sentença em sua defesa? Ou aquele, que não teve a sorte de ser julgado em Valongo, poderá alegar e exigir igual tratamento? Será que o Tribunal de Valongo irá aplicar mais alguma sentença igual, mesmo que os pressupostos (número de vezes apanhado sem que o condutor tenha licença de condução) seja menor?
Justiça…curioso conceito esse da Justiça!! Não há dúvida que por vezes a Justiça é CEGA!!

1 Comments:

Blogger jb said...

tás a gostar... :)

8/11/05 17:37  

Enviar um comentário

<< Home