segunda-feira, janeiro 16, 2006

homens como lugares mal situados

Caro Bárbaro, antes de mais peço-te desculpa por ter-te chamado, por lapso, João. Desculpa (Pedro), não volta a acontecer (da Silva e Cunha).
Agora: político discreto? Inoperante, talvez, discreto é um belo eufemismo. Esteve sempre lá? Menos na votação do último orçamento - e não tem que dar satisfações a ninguém? Isto é que é dar o exemplo! (É isto que não percebo, as pessoas vêem nele "coisas" - lembro-me logo de Fátima e bato três vezes na madeira...!)
É curioso ver como Alegre orienta as suas acções medindo o grau de coragem que estas implicam. Se for arrojado, aí vai ele. Se for contra o partido, ainda melhor! Foi sempre assim no parlamento e é assim agora - ainda te lembras da birra da co-incineração, ou da actual promessa de dissolução da Assembleia caso a água seja privatizada? Alegre tem mais de radical do que de esquerda. Ainda por cima é precipitado a tomar decisões (quando as toma definitivamente, porque já vimos ser vulnerável e mudar de opinião instantaneamente - viste o debate com o Louçã?).
Outra coisa: o que é que Alegre está a fazer no PS? Se sempre esteve tão mais à esquerda do que os socialistas e se quer dar o exemplo, porque é que não sai e funda o seu partido? Eu digo-te: porque Alegre é um poeta, não é um Jorge Coelho. É um idealista de esquerda, não quer saber da máquina partidária para nada. É um lírico, um amante de Portugal e da sua língua. É um poeta, não um político.

(no título um verso do Daniel Faria)