segunda-feira, janeiro 23, 2006

e o que tem de ser tem muita força

Algumas coisas, por minha parte, a dizer:

1 - Cavaco por pouco não perdeu as eleições (por apenas 0.6% dos votantes, convém não esquecer)

2 - Alegre ganhou a Soares, nada mais que isso. Não vejo consequências da sua candidatura, excepto um enorme mal-estar dentro do PS - nada que o tempo não cure.

3 - Louçã afunda-se (com alguma surpresa para mim, não contava que se afundasse tanto). Acabou de facto o estado de graça do Bloco.

4 - Jerónimo continua a surpreender pela positiva (e ganha a Louçã)

5 - Garcia Pereira simboliza, como já disse, o baixo nível a que chegou a comunicação social (juntamente com as interrupções inacreditáveis dos discursos de Jerónimo e Alegre, e do próprio GP)

6 - Seria hipócrita dizer que Soares não merecia uma derrota destas. Porque lúcido e enérgico, teve a idade em seu abono, mas não servirá esta de clamor piedoso nem fará esconder a insultuosa campanha que protagonisou. Ele, com o aparelho socialista do seu lado, não fez melhor porque não quis.

7 - Antes Cavaco que Alegre, em Belém. Convém a Sócrates e aos portugueses, convenhamos - não imaginava diálogos fáceis com Alegre. Isso sim, seria perigoso.


Momento da noite: em Beja, Jerónimo rouba pleno a Cavaco.
Decidiram, os PSDs, festejar antecipadamente a seguríssima vitória do professor, cantando e dançando, porque não, a Grândola Vila Morena. Imaginei Zeca Afonso dando voltas no túmulo, tantas quantas deram os votos, que mudavam, logo de seguida, a vitória de lado, para o irónico lado de Jerónimo - o respeitinho é muito bonito.