sábado, janeiro 28, 2006

O Super-Poeta

Olá. Eu sou o Tiago e é a primeira vez que participo neste blog. Gostava de um dia vos vir a conhecer a todos. E quem sabe vir a amar-vos muito. Ou mesmo fazer amor com alguns.
O amor é de facto algo bonito, mas o tema que me tráz aqui hoje é feio. A vitória do Cavaco.

Não percebo nada de política. E acho estranho alguém perceber. Para mim a política é como a família de uns vizinhos quaisquer, a umas casas de distância da nossa, e da qual só vamos sabendo aquilo que é realmente manifesto: o marido que é posto fora da porta, a filha que chega a casa grávida, o filho que anda na droga e já vendeu as pratas da mãe. No entanto, não sabemos os meandros, as conversas à mesa, aquilo que realmente cada um desses elementos faz ou tenciona fazer da e na vida. Mas seria isso justamente que nos faria perceber e opinar com alguma propriedade acerca da integridade das suas acções, do estofo e do carácter de cada um deles, dos downloads que fazem às escondidas.

Bem, vem esta introdução a propósito de algo que, não obstante a minha politóloga ignorância, esbarra contra os princípos lógicos mais elementares que resolvi acolher na minha vida prática. Como por exemplo saber que uma coisa não pode ser redonda e quadrada ao mesmo tempo. Ou que se quero ir em frente, não vou para trás. Ou mesmo a impossibilidade de uma pessoa, no mesmo instante, ser a Margarida Rebelo Pinto e uma boa escritora.

É o seguinte, portanto. Há quem diga que a esquerda fez mal em dividir-se. Quer dizer que a alternativa seria o PS encontrar um deputado que catalizasse convergências no eleitorado e que baixasse o nível de abstenção. Ora bem, as pessoas que o defendem decerto que propõe o deputado Manuel Alegre, que seria no panorama a única hipótese. Nenhum outro dos possíveis aceitou e não houve em mais lugar algum indícios de motivação. Então quer dizer que, segundo esses críticos, se Alegre fosse sozinho às eleições conseguiria não só que todos os que votaram Soares, Jerónimo, Louça e Garcia votassem nele, como fazer com que algum eleitorado que se absteve levantasse o pacote para ir votar no Super-Poeta?


Se assim é, então também a Margarida Rebelo Pinto poderá vir a escrever um dia uma ideia original, uma metáfora sugestiva, uma página sem erros.