quarta-feira, abril 30, 2008

Hoje quero escapar ao trivial.
Custa-me falar. Custa-me escrever. Custa-me Ser... Custa-me Estar...
Percorro o caminho. Sinto-me feliz e consciente de que esta felicidade é fugaz, julgo saber para onde me dirijo, qual a meta traçada.
Ingenuamente, caio redondo quando julgava que tal queda já não seria possível.
Surpreso, deixo-me ficar por terra. Não quero reerguer-me já.
Lambo as feridas e recupero forças para as quedas que inevitavelmente se avizinham.
À minha volta tudo continua dolorosamente a acontecer...
Dizem-me que devo recordar a paz e o crescimento no caminho já percorrido...Mas se o caminho não toma já a mesma direcção, qual o sentido de recuperar o que já passou?
Falam-me em Deus, em confiança, em entrega...mas as acções falam e sempre falarão bem mais alto que qualquer palavra. E quando embatem de frente, a Ética ganha sempre à Moral...A Acção é poderosa, deixa marcas latentes que só o dolente correr dos dias revela ou encobre ainda mais.
O livre-arbítrio, benção e fardo. Mas quando dele dependem outras vidas, a responsabilidade ignorada traz à superficie toda a nossa pequenez e fragilidade em todo o seu esplendor.
Equilíbrio, discernimento...acções complexas dão sentido e conteúdo a estes conceitos. Caso contrário não passam de meras hipóteses académicas, utopias com tudo o de melhor e pior que a elas se associa, galhardetes que se exibem desenquadrados da realidade nua e crua de cada um.
Na essência, somos sós. Assim começamos e assim terminamos, qualquer que seja o caminho percorrido no entremeio.
Mas caminhamos...sempre...
Para onde?