sábado, junho 19, 2010

Saramago



Antes do Nobel dizia-se "é bom, mas é comunista".
Depois do Nobel passou a dizer-se "É comunista mas é bom".
Lúcido até ao fim, cidadão exemplar, frontal e digno.
Num Portugal de conformismos e conformados, o seu sentido crítico incomodava tanto que foi Espanha a acolhe-lo de braços abertos...Hoje a televisão e rádio pública espanholas fizeram especiais todo o dia sobre a sua vida e obra. Rajoy e Zapatero homenagearam-no com textos excelentes.
Por cá, um documentário ao meio dia na 2 e cobertura nos telejornais, que o futebol ainda é rei.
Sousa Lara mantém a estupidez tão bacoca como há mais 10 anos atrás, quando censurou uma das suas obras primas.
Tudo fica na mesma.
Foi-se o homem. Ficou a voz,o exemplo, a obra.
De si, pediu que se recordasse o trecho preferido da sua obra: o cão que lambe as lágrimas da mulher prostrada de tristeza em "Ensaio sobre a Cegueira", como exemplo da compaixão que sempre o guiou.
Sem Deus, nem falsos moralismos.
RIP

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