terça-feira, novembro 25, 2008

Missipi in the Soul

Os Blues são negros.
Os Blues são imortais.
Na essência, nas raízes, na sonoridade, na doce e simbólica cadência de cada nota, soando carregada de sofrimento e redenção, constantemente readaptada e reajustada, transfigurados em rock, soul, R n´b, jazz, mas nunca esquecidos ou silenciosos.
As sempre presentes "crossroads", imortalizaram ícones como Robert Johnson (que se diz ter vendido a alma ao diabo numa encruzilhada para que este em troca lhe desse o talento para tocar os blues como ninguém) e, simbolicamente tornam este estilo universal e sempre actual...
Porque também hoje essas encruzilhadas se repetem e repetir-se-ão ad eternum, coladas à nossa natureza de seres em constante mutação e crescimento, desafiados perante escolhas e caminhos incertos e a solidão a eles inerente, por maior que seja o número de pessoas por perto.
Seasick Steve encarna esse espírito dos Blues na sua pureza.
A sua história confunde-se com essa voz que vem do passado e que com ele encontra um novo testemunho que garante a sua perpetuação.
Branco com alma negra, bem humorado, livre, em paz consigo mesmo, feliz com tudo o que a vida já lhe trouxe e ainda tem para dar, a cada sorriso recebido, a cada olhar trocado, a cada acorde partilhado com quem o ouve, onde quer que essa comunhão se repita.

sábado, novembro 22, 2008

A 1ª entrevista do 44º Presidente dos E.U.A.


Watch CBS Videos Online

quinta-feira, novembro 20, 2008

Será este o álbum do ano? (parte II)


The Raconteurs - Consolers of the Lonely

Jack White, quando não está ocupado com os White Stripes ou com genéricos de James Bond, não consegue ficar parado um minuto.
Neste álbum reúne do novo a trupe com que gravou um dos melhores álbuns de 2006 ("Broken Boy Soldiers" ) e repete a fórmula vencedora: mais suor, grandes riffs, rock puro e duro como todos nós gostamos, mantendo um estilo que já lhe é indissociável e juntando-lhe talentos como Brendan Benson, capazes de concretizar na perfeição as suas ideias.
Uma bela descarga de energia e talento concentradas num só álbum.
Fica o 1º videoclip referente a este trabalho, resultante da montagem de mais de 2500 fotos, realizado por Autumn de Wilde.



Salute Your Solution




segunda-feira, novembro 17, 2008

Será este o álbum do ano?




Fleet Foxes é um álbum em que a audição de cada canção nos traz uma ideia simples e ao mesmo tempo cada vez mais rara na música actual: harmonia. Não apenas das vozes entre si como das vozes em conjunto com as melodias.
A música é reduzida à sua essência, sem truques nem artifícios. What you see is what you get...
A imagem de banda de rua, capaz de transformar cada local, mesmo o aparentemente mais inusitado na melhor sala de espectáculos deve-se não só à sua versatilidade como à qualidade da sua música, bastante óbvia nestes "showcases" improvisados.
Não são apenas uma banda folk, nem mais uma banda indie daquelas que vão e vêm, com uns desvios estranhos na sua linha criativa e melódica. O seu EP "Sun Giant", 1º cartão de visita já prometia uma boa surpresa. Apenas precisaram de fazer mais do melhor...
Se não acreditam, vejam com os vossos próprios ouvidos...





Fleet Foxes - A Take Away Show from La Blogotheque on Vimeo.



Uma má noticia bem recente foi a morte de Mitch Mitchell, um dos grandes bateristas do rock, que fez parte da Jimi Hendrix Experience.
Mais um para o panteão do Olimpo do Rock...eu sei que ele existe!
O talento é eterno.

R.I.P.


(Neste video Hendrix simplesmente faz o que quer em plena televisão nacional e quando está a tocar "Hey Joe", numa versão totalmenta marada, decide parar de tocar aquela "rubbish" e começa a tocar "Sunshine of your love" dos Cream.
Um momento que ficou para a história...com tantos outros que estes 3 deixaram, agora todos reúnidos na Eternidade. )

sábado, novembro 08, 2008

Ornette Coleman, Coliseu do Porto, 7 Novembro 2008


O pai do free-jazz esteve finalmente no Porto e eu tive a felicidade de, na melhor companhia possivel (há surpresas cujo valor é incalculável... :) ), conseguir finalmente vê-lo no seu habitat natural:o palco.
Pequeno, aparentemente frágil, acompanhado por uma banda de 1ª qualidade (com o filho Denardo Coleman na bateria e dois baixos: um contrabaixo (que também foi usado com arco num tema inesquecivel que, partindo de uma das mais conhecidas suites de Bach, a desconstrói como só Ornette é capaz...) assegurado com brilhantismo por Anthony Falanga e um baixo eléctrico tocado por Albert Mcdowell), Coleman usa o trompete, o sax e o violino a seu belo prazer e sem pré-aviso vai alternando instrumentos.
A combinação é desconcertantemente harmoniosa, mesmo quando o free mais "duro de roer" se instala, porque cada músico parece saber exactamente para onde se dirige o seu fraseado e todo o quarteto vai evoluindo a cada tema de forma solta e imprevisivel, mas não menos bela e emocionante, porque prende e conquista quem ouve, à espera de saber onde desembocam os 4 caminhos paralelos e só aparentemente dissonantes.
O próprio Coleman recusou desde sempre o rótulo de free jazz associado à sua música, pois apesar de esta priveligiar a liberdade de expressão e criatividade de cada músico, sem qualquer tipo de hierarquia ou voz de comando, resulta de um elaborado trabalho de composição e interpretação, o que não corresponde propriamente a "free". O método que criou para compôr baptizou-o de "harmolodics" embora actualmente o tenha renomeado "Sound Grammar", precisamente o título do seu mais recente álbum, que lhe valeu um Pullitzer e uma nomeação para os Grammys.
Mas voltando ao espectáculo em si, Coleman actuou 1h30 sem paragens, sempre com igual intensidade (não se nota no seu sopro as mais de sete décadas de vida que já carrega), entrega e a imprevisibilidade no fraseado que sempre foram a sua imagem de marca.
Depois da "standing ovation" de um Coliseu rendido, seguiu-se uma pequena prenda: um encore com o clássico "Lonely Woman", para fechar em beleza. Só faltou mesmo Don Cherry para acompanhar com o seu mini-trompete...
Acendem-se as luzes...custa regressar à vida real depois de sentir a genialidade tão de perto.Ficou um autógrafo para perpetuar na memória momentos que dificilmente se repetirão...


Video do ano passado quando passou pela Gulbenkian...a tal suite de Bach também fez parte do cardápio...



quarta-feira, novembro 05, 2008

YES WE CAN!!!!!

A new dawn as started!!!!
God bless America!!!
Make us proud Obama!!!

terça-feira, novembro 04, 2008

Boston Legal


Grandes textos, 2 personagens inesquecíveis interpretadas por 2 actores de quem já não se esperava tal feito (James Spader (o completamente impassivel e sem escrúpulos Alan Shore) e o saudoso William Shatner (o egocêntrico e genial Denny Crane), que reentra, pela porta maior, no panorama televisivo mundial) e um realizador com créditos mais que firmados com séries como "The Practice", David E. Kelley.
Só podia dar uma série de encher o olho e aguçar o apetite.
O cenário é, mais uma vez, Boston e uma sociedade de advogados de topo, capaz de fazer face ao mais irresoluvel dos litígios...Mas por detrás de tanta eficácia, conhecemos as personas que se escondem e cuja personalidade inevitavelmente se reflecte no seu trabalho.
David E. Kelley cria uma série que leva a anterior "The Practice" a um novo nível de sofisticação e bom gosto nos cenários, na realização, na banda sonora e acima de tudo no argumento e nos fabulosos textos. William Shatner e James Spader pouco mais teriam que fazer do que limitarem-se a lê-los mas levam a sua tarefa à excelência e os resultados estão à vista, com 3 Emmys ganhos e nomeações bem acima da dezena.

Mais uma série a não perder...