quinta-feira, setembro 29, 2005

« tinha-se posto na alheta»

«(...)but when I went to see, she had put herself in the little female of garlic

(é de ir às lágrimas...obrigado princesa!)

quarta-feira, setembro 28, 2005

dedicatória aos candidatos corruptos com ligeira conotação gay

A HISTÓRIA DA MORAL

Você tem-me cavalgado,
seu safado!
Você tem-me cavalgado,
mas nem por isso me pôs
a pensar como você.

Que uma coisa pensa o cavalo;
outra quem está a montá-lo.


Alexandre O'Neill

terça-feira, setembro 27, 2005

Presidenciais:os retornados (ou melhor os reformados...)

...E quando já me estava a habituar às férias e ao calor eis que, de repente, acabou-se o que era doce e voltamos à boa velha rotina da Faculdade e do clima outonal que sempre acompanha esse regresso cada vez mais doloroso...O que vale é que vai sempre havendo aqueles acontecimentos caricatos do nosso cantinho luso para comentar por aqui, enquanto me vai sendo permitido (será que também pode prescrever o meu login ou tenho estatuto?).
Presidenciais...Que dizer? Numa altura em que provavelmente as melhores notícias que poderiamos ter seriam candidaturas de novos valores políticos (ou pelo menos não tão "gastos"...), nada de novo no reino da Dinamarca...Os candidatos mais previsiveis foram exactamente aqueles que avançaram (ou estão há demasiado tempo "prestes a avançar"), entre intrigas e fait-divers da toda a espécie, que incluíram acusações de traição e de ausência de valores democráticos.
Com a mais recente surpresa que a candidatura de Manuel Alegre representou (ou então não...), ressalta um facto indesmentivel: o excesso de candidatos da Esquerda (já vão 4...) e a ausência de candidatos da Direita, embora o fantasma de Cavaco continue a pairar em todas as sondagens, garantindo a sua vitória com uma margem considerável logo na 1ª volta e o Dr. Telmo Correia, com o seu habitual e apuradíssimo timing político, tenha declarado à imprensa, a título pessoal (como sempre...), que Paulo Portas seria também um bom candidato... (aguenta...não ri...)
Ah...e isto com as eleições autárquicas a dias de acontecer, com candidatos envolvidos em processos judiciais com sérias hipóteses de ganhar por maioria expressiva, com uma contestação ao Governo em sectores fulcrais como a Justiça e as forças de segurança e com telejornais a abrir com a implosão de prédios detonados pelo nosso Primeiro Ministro...
Portugal deve ser o melhor país do mundo para fazer humor...basta reletar os factos tal como acontecem...
God, i love my country...

onde existimos

Pelo menos aqui (ver últimas linhas)!

um par de dois*


Paul Giamatti/ Homer Simpson

*título roubado à expressão "Noites nocturnas de um par de dois", anúncio dos espectáculos dos Palmilha Dentada.

sexta-feira, setembro 23, 2005

Felgueiras, um case study

Se ultimamente têm havido queixas de que a prisão preventiva é aplicada demasiadas vezes, no caso de Fátima Felgueiras a escolha de outra medida de coacção não devia sequer ser ponderada. Se em casos anteriores várias figuras da justiça alertaram para a ausência de indícios de perigo de fuga, neste a fuga aconteceu mesmo, é um facto, não é uma remota hipótese. Vale o bom senso do Ministério Público ter recorrido da decisão do tribunal de Felgueiras (Felgueiras terra, ainda que a situação nos possa fazer perceber outra coisa - que não estará muito longe da verdade dos factos...).
O pior, a meu ver, são as consequências políticas deste regresso triunfante de F. Felgueiras e da imunidade de que parece gozar - como se de uma vitória, como muitas suas, se tratasse, levando o povo a venerá-la: a destemida injustiçada que regressa para os salvar!
Hoje o Diário de Notícias divulga on-line os resultados de uma sondagem DN, TSF e TVI , que mostram como, se as eleições são agora realizadas, Felgueiras ganha sem dificuldades, roubando votos ao "colega" do PS, aos adversários de PSD e mesmo à CDU (força minoritária em Felgueiras)! E o exemplo desta "intocável" senhora serve de inspiração e de força mobilizadora a todos os apoiantes de um Valentim Loureiro, de um Isaltino Morais, ou de um Avelino Ferreira Torres. Outrora descrentes e com opção de voto já apontada para outros candidatos, os seus velhos apoiantes vão agora redireccionar a sua intenção, acreditando ser possível a eleição daquele que sempre lhes falou ao coração, mas que ultimamente achavam, hesitantemente, menos credível.
(pode cair-se outra vez na máxima «algo vai mal na justiça», mas cultural e educacionalmente as coisas vão muito pior - não será essa a questão fulcral?)

quinta-feira, setembro 22, 2005

O estranho caso de Felgueiras

A autarca/candidata/arguida-em-fuga/arguida-regressada Fátima Felgueiras não deixa de nos surpreender!

Desta vez, meteu-se na filosofia! Como: convenceu a Juíza de que não fugiria no decurso do processo crime que contra ela corre!

Cadê o argumento: Eu não fujo, se não me mandar prender, terá dito. E acrescentou: da última vez, só fugi porque ia ser presa, e não fosse aquele desembargador simpático do TCA do Porto, que depois deitou as culpas para cima de um funcionário judicial, bem que eu tinha dado com o costado na cadeia, que nem sequer fica junto do meu povo.

Pensou a Juíza: será que esta Arguida vai fugir? Se eu não a mandar prender, não tem motivos para fugir! Pois não! Claro que não! Ela só foge se eu a mandar prender, não é? Então, se eu não a mandar prender ela não foge, pois não? Ora, se ela não foge, não há perigo de fuga e, portanto, já não a posso prender. Passe a constar...

Ou seja, o argumento de Felgueiras é uma petição de princípio - argumento que prova a tese assumindo a sua veracidade como premissa.

Vamos lá repetir: argumento [não precisa de me prender por recear que eu fuja, porque...] que prova a tese [...eu não vou fugir...] assumindo a sua veracidade como premissa[... desde que não me mande prender.]

Complicado? Felgueiras teve a pensar dois anos nisto. Mas, no Rio, eu demorava a vida toda.

Continuam a achar que a corrupção é sinónimo de estupidez?

terça-feira, setembro 20, 2005

é o do meio, é a não perder


Dave Holland Quintet, 4/Outubro, Casa da Música

segunda-feira, setembro 19, 2005

a laranja descontrai...

Marques Mendes visitou hoje uma escola secundária normal, nem excelente, nem medíocre, normal, sem problemas de maior; enquanto distribuia beijocas pela adolescência feminina que o rodeava fora convictamente confundido com O ministro da educação por uma aluna que lhe pedia «exames fáceis»; à saída, às câmaras, diz não ser sectário e portanto reconhecer quando as coisas correm bem, desejando que fosse sempre assim (referindo-se ao bom início do ano lectivo)...
É a laranja a descontrair (a apodrecer...).

sexta-feira, setembro 16, 2005

eu, o outro


«(...)Não sei porquê, passámos a cumprimentarmo-nos desde esse dia. Um dia qualquer, que nos aproximara talvez a circunstância absurda de coincidir virmos ambos jantar às nove e meia, entrámos em uma conversa casual. A certa altura ele perguntou-me se eu escrevia. Respondi que sim. Falei-lhe da revista Orpheu, que havia pouco aparecera. Ele elogiou-a, elogiou-a bastante, e eu então pasmei deveras. Permiti-me observar-lhe que estranhava, porque a arte dos que escrevem em Orpheu sói ser para poucos. Ele disse-me que talvez fosse dos poucos. De resto, acrescentou, essa arte não lhe trouxera propriamente novidade: e timidamente observou que, não tendo para onde ir nem que fazer, nem amigos que visitasse, nem interesse em ler livros, soía gastar as suas noites, no seu quarto alugado, escrevendo também.»

(do prefácio de Fernando Pessoa ao "Livro do Desassossego" de Bernardo Soares, seu heterónimo. pintura "Fernando Pessoa" de Mário Botas)

quarta-feira, setembro 14, 2005

Manif!

Os militares estão proibidos de se manifestarem. O que até tem lógica... Senão vejamos: uma manifestação militar pode degenerar em revolução e alterar completamente o regime vigente. Já aconteceu... E nós não queremos mudar o regime vigente, pois não? E alguns de vocês agora podem estar a pensar: “Hmmm, militares!” A esses digo: Blog errado! Mas a maioria (espero) deve perguntar “qual a diferença entre os funcionários públicos e os militares? Uns podem manifestar-se e outros não?”. Pois não! Porque uns carregam cartazes em minis e carochas e outros carregam G3 em chaimites. Embora, nos dias que corram, eu tenha mais medo de um funcionário público, os militares têm as armas! Grande vantagem.
Mas, sejamos sinceros: O risco de revolução será maior se for permitida a manifestação? Se eles se organizarem e pegarem nas armas quem lhes vai fazer frente? É pela estipulação legal que se impede uma revolução? Vai estar o Sócrates com a Lei na mão a dizer “Vá lá, tire-me a Desert Eagle do cachaço porque aqui diz que não se podem manifestar!”
Os militares, porém, conseguiram contornar a Lei. A manifestação será feita por familiares e amigos. Os cartazes já feitos são estes:

- Os militares merecem!

- Se eles cá estivessem, teriam cravos!

- Abaixo o Governo! É o que eles dizem!

- Amigos do Cabo Nelson reúnam aqui!

- Prima Ilda do Entroncamento: a família Borges vai encontrar-se no Marquês às 5!

Depois, não me parece que a manifestação seja a mais produtiva. As pessoas vão dispersar...
- Olha o... Então pá! Estás bom?
- Estou! E tu? Por aqui?
- Sim o Jorge pediu-me.
- Ah! Eu não estou cá pelo Jorge. Estou pelo Júlio. Convidaram-me os dois e foi uma escolha complicada...

Ou

- Então Maria Alice, por aqui?
- É. O Vasco disse-me para vir.
- Pensei que só me tinha dito a mim. Pelos vistos tem muitas amigas.

E na entrada:
- Pexo desculpas mas o xenhor num consta da lista.
- Mas veja lá bem... Luís Cláudio Araújo.
- Não xenhor.
- É impossível senhor sargento! Eu sou amigo do Capitão Freitas há muitos anos. Andámos juntos nos Jovens Cantores da Bajouca. Veja bem, a minha tia chegou a andar com a avó dele num curso de culinária.
- Num está na lista, num entra.
- Já sei. Veja em O Francês. Chamavam-me O Francês quando era mais novo.

a frase do dia

"O mundo sudokumizado."
gancho

Quénia - Imagens que valem por mil palavras III

Texto do Público:

"Ikuam Ekal tem fome. kuam Ekal, de um ano, chora de fome no colo da avó, no distrito de Kalapata, no norte do Quénia. As agências da ONU lançaram ontem um apelo aos países mais ricos: são precisos 29 milhões de dólares para dar assistência a 1,2 milhões de quenianos que se debatem com falta de alimentos e água potável". Foto: Stephen Morrison/EPA

Pequena nota: Estamos no ano de 2005. Um dos grandes problemas da sociedade ocidental é a obesidade.

terça-feira, setembro 13, 2005

MELHOR, SÓ NO "LEVANTA-TE E RI"!!!

Ora vejam lá:

http://www.oa.pt/genericos/Arquivo/detalhe_arquivo.asp?idc=12&comboSeleccione=61&ida=29630

...

Uma pergunta: desde que vim de Sintra não consigo deixar de sentir a necessidade de lá voltar. Isto é normal ou tenho de ir ao médico?

Ganhou o árbitro, porque as equipas empataram!

11 de Setembro... O Conceito de Neo-Idiota

Como o tempo corre depressa... Já passaram 4 anos sofre esta fatídica data. Nunca ninguém tinha assistido a um acto terrorista como se de um filme tratasse. Foi um dia incrível! Tudo em directo!!!
Mas o que é que tornou esta data tão especial?
Parece-me que foi um ponto de viragem. A partir deste dia todas as pessoas perceberam que o terrorismo não acontece sempre "lá". Também pode acontecer "aqui" ou "acolá". Quero com isto dizer: O TERRORISMO ESTÁ EM QUALQUER LADO DO MUNDO.
Durante aqueles dias de calor após o "11 de Setembro" reparei que houve também outro ponto de viragem: começaram a sair da carapuça uma nova geração de idiotas a quem chamo "neo-idiotas". Estes são aqueles indivíduos que rejubilam com os atentados em países ocidentais. Estes neo-idiotas tiveram razões para sorrir com os atentados em Nova Iorque, com os atentados em Madrid e, mais recentemente, com os atentados de Londres. Aliás, até parece ser uma espécie de culto moderno achar que os terrorista são vítimas e que os "maus" são aqueles que trabalham em prédios altos ou andam de metro.
Nota importante: no dia dos atentados em Londres estava em casa e acompanhei o forum que a sic notícias fez sobre o tema. Das 3 chamadas que assisti, nenhum condenou os atentados. Acharam todos que a culpa era do Blair e do Bush. Ou seja: Pura neo-idiotice. As coisas não são assim tão simples. A culpa é do eterno choque de civilizações (ocidental e muçulmana). Quanto mais estas civilizações se introduzem uma na outra, maior são os riscos de conflitos. Assim, somos todos culpados pela nossa diversidade global.
Acredito em tentar perceber os problemas e não em cair nessa postura de neo-idiotice. É necessário ter um comportamento de respeito pelo próximo e não perpetuar o ódio. Estou farto de ouvir as expressões "eles tiveram o que merecem!" ou "também já morreram muitos no médio oriente e eles não fizeram nada". Pelo que são estes "neo-idiotas"? Pela lei do talião? Olho por olho, dente por dente?

Que fazer? São neo-idiotices...

Prós e Contras

Melhor do que ver o Fernando Ruas encostado às cordas, só ver o Fernando Ruas encostado às cordas quando dizem que o poder autárquico é corrupto.
Melhor do que ver o Fernando Ruas encostado às cordas quando dizem que o poder autárquico é corrupto, é vê-lo encostado às cordas por uma mulher.
E melhor do que tudo isto, é saber que ele não suporta não ter resposta para dar a uma mulher.
E melhor ainda é saber que ele tinha vontade de dizer: "O seu lugar é na cozinha. Vá cozinhar para o aldrabão do seu marido."
Hoje, ele deve estar insuportável.

Viva a democracia!

segunda-feira, setembro 12, 2005

I have a dream!

Inauguro mais uma rúbrica no nosso humilde blog! Este "I have a dream" fala dos nossos planos e expectativas. Da fragilidade da matéria em detrimento do imaginário... Ou não!
É mais tipo: apetecia-me mesmo fazer isto, mas não seria socialmente aceite...

I have a dream! E era: depois de pagar na caixa da Worten dizer:
- E pronto... Já paguei, não é?
- Sim. Desejo-lhe uma muito boa tarde.
- Pois é... E agora a saídaaa?
- É ali ao fundo. Passando pelo segurança.
- Ah, muito bem. Ok... Sim senhor... Cá estamos não é?
- Peço desculpa mas tem clientes atrás de si em espera.
- Ok. Vou-me embora então... E você não diz nada?
- Como? Não sei se estou a perceber...
- Faz de conta que estou a ir. Oh pra mim a ir... E você agora diz... Vá lá homem! Diga a frase cretina!

domingo, setembro 11, 2005

O texto que eu gostaria de ter escrito

É a crónica semanal de José Gil, no Courrier Internacional, versão portuguesa (sem link disponível - aliás, nem se percebe para que serve o site).
O título é O sistema da paralisia, e vale a pena transcrever uma ou duas passagens:
"O que fazer? Como fazer? O que fazer para começar a fazer? Esta última pergunta parece ser a chave que falta a toda a política que propronha a mudança em Portugal.[...] Quando dizemos "fala-se, fala-se e nada se faz", o sujeito da enunciação refere-e aos "outros", a um "outro" geral e abstractoque constitui a colectividade de que esse mesmo sujeito se exclui. Ele próprio, que se julga real, desrealiza-se, evapora-se, tranferindo-se para um grupo de eleitos que avalia, emite juízos, culpabiliza, atribui sanções e justas penas. [...] A sociedade é constituída, assim, na cabeça dos indivíduos, pelo grupo dos "outros" que têm todos os deveres, e por um "eu", a quem cabe o direito de gozar dos benefícios que ofereceria aquele grupo, se os seu deveres fossem cumpridos.[...] Como sair deste sistema? Como fazer para começar a fazer?[...] respondeu apenas: "Fazendo."
Que tal?

sábado, setembro 10, 2005

a carta


Jozef Israels, Velho Lendo Uma Carta

Dissera-me que não sabia, que estava a passar uma fase transitória e que isso seria, porventura, um passo no escuro, incerto, como os dias na velhice. Talvez a vida lhe tivesse antecipado a experiência da morte de forma a prepará-lo para quando realmente chegasse. Mas do que experienciava naquele momento não podia concluir nada a esse respeito. Que o dia exacto, achava ele, ninguém poderia saber. Que não, não sabia como era a morte ou o que fosse morrer.
Respondi-lhe que achava que era como uma carta que aguardássemos de alguém que não víamos há muito tempo. Disse-lhe que viver era isso, era esperar pela carta. A inquietação vai crescendo com os anos, e vai-se ganhando medo de, a qualquer momento, a carta chegar. E assim vamos perdendo as forças, porque os nervos cansam, e o corpo definha, fica-se fraco e indefeso, e carente como uma criança. Que o difícil era aceitar naturalmente a dúvida e a incerteza, procurar um meio de apaziguamento, um conforto, um apoio.
Por fim respondi-lhe que não, que também não sabia, que ainda esperava a minha carta.

De Tanto Bater O Meu Coração Parou


De Jacques Audiard, com Roman Duris, a não perder.

Conversa no autocarro


- Quem?
- Oh mulher, está sempre na televisão!
- Não estou a ver quem é, pronto.
- Estás. É um advogado famoso.
- E eu sei lá dessas coisas!
- Ele defende uns casos importantes de vez em quando… Agora não estou recordada de nenhum.
- Mas votas nele?
- Nãaaaa! Tem ar de vigarista.
- É advogado. Basta isso!
- Olha que o meu Nelson é advogado e não é vigarista!
- Oh filha, se não é então que mude! Olha, e porque partido vai ele concorrer?
- Ainda não é certo que vá concorrer, mas acho que é por um partido pequeninho.
- E fala bem?
- Não fala grande coisa. Noutro dia ouvi-o na televisão e ele atrapalha-se um cadito.
- Deve ser uma pessoa do povo! Que subiu a pulso.
- Diz que sim. Mas ainda assim não gosto dele…
- Como é que disseste que ele chamava?
- Garcia Pereira.

Agora é que as eleições vão aquecer!

Quero apenas partilhar que estou muito satisfeito com a candidatura do advogado do Bibi às presidenciais (para quem não sabe aquele senhor de pêra com ar de chulo que defende o Bibi chama-se José Maria Martins). Já nem sei se o Cavaco Silva vai ter a coragem de se candidatar. Fontes seguras dizem inclusivamente que o Mário Soares vai abdicar no último dia da campanha em favor do José Maria Martins.

Enfim... Afinal há esperança para o nosso país...

quarta-feira, setembro 07, 2005

Katrinas

Há coisas que nos deixam grande margem para fazer piadas ou debitar ironias:

“E grande parte das pessoas aqui no estádio, sabe, já eram desfavorecidas, portanto isto até está a correr muito bem para eles!”

Barbara Bush, mãe do actual e mulher do ex-presidente americano, sobre os refugiados do Superdrome em New Orleans

terça-feira, setembro 06, 2005

Reconhecem?

Microfones nos balneários

a neurose colectiva

O governo decidiu acabar com o conceito de silly season e alargar a época da tolice ao ano inteiro. A notícia foi bem recebida por todos, menos pelos humoristas que dizem andar sobrecarregados com as últimas medidas do governo, sem mãos a medir face a tanta matéria prima.
Mesmo antes do anúncio já alguns visionários se antecipavam. Algures pelo Montijo um conjunto de amigos de Ricardo continua a apoiar entusiasticamente o seleccionado guarda-redes. Desta feita a coisa tomou proporções interessantes...um camião TIR (!), cartaz em cima, rumo ao Algarve até ao jogo com o Luxemburgo - jogo difícil, de elevado risco, muita pressão mesmo... A psicose de Ricardo, como dizia Jorge Gabriel, não tem razão de ser. Quem selecciona frangos é Scolari e era Peseiro. Que raio de amigos aqueles que insistem transformar os maus momentos de alguém (que toda a gente na vida tem) numa novela arrastada e falsa. Pobre Ricardo, ainda tanta baba e ranho para chorar em directo...vale-te o "ombrão" do mister, vá lá...
Por Lisboa a tolice pegou mesmo e já alastrou no seio da classe política. Primeiro o grande, o enorme, o super-mega tema das presidenciais...! Neste vai-que-não-vai-se-não-vais-tu-vou-eu a esquerda mostrou-se finalmente unida e apresentou três candidatos (!): Mário Soares, Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã. Salvo o primeiro, foram os partidos que escolheram os candidatos (!). "Agora que me escolheram e que penso nisso, eu até dava para presidente...". Será assim...? E será que "derrotar a direita" é argumento suficiente para se ser candidato, para se ganhar, para se ser Presidente da República, como se de algum mal se estivesse a salvar o mundo??? (nunca Soares pensou quão perto de Bush poderia chegar...). Portanto a esquerda une-se para...repartirem os votos canhotos pelos seus candidatos, e ficar, na prática, sem nada - e a direita ganhar. Essa aritmética...! Mas agora o melhor: a esquerda "une-se" para derrotar o candidato da direita, a direita une-se em torno do candidato da direita...que...não existe! Cavaco assiste, impávido e sereno, a esqueda espolinhar-se - até quando?...ninguém sabe, mas o debate tem que existir e então inventa-se a sua candidatura. Perfeito!
A norte inaugura-se a Casa da Comunicação Social de Gondomar, onde passarão a morar os jornalista requisitados para as conferências de imprensa do Major Valentim Loureiro. Está já previsto serem construídas as de Oeiras, de Marco de Canavezes e de...S. Paulo...ou será Tires? Não interessa. Só sei que estou a adorar esta tolice toda e vou já pegar no meu camião e dizer ao Ricardo "Amigos do caraças, preferia comer carcaças! Ricardo tu mereces melhor, pá!"

sábado, setembro 03, 2005

Tragédias




As tragédias impressionam qualquer um.
Sejam elas de origem natural, sejam elas de origem humana, quando somos sujeitos a uma força irresistível sentimos a angústia.
O que mais me impressiona na catástrofe que se vive em Nova Orleães são as concentrações de milhares de pessoas em espaços como o superdome ou o centro de convenções. Ali reina a violência; ali a nossa ordem suspende-se; ali voltamos à barbárie...
O que se sabe do que se passa nesses locais não é muito diferente daquilo que se veio a saber da escola de Beslan - fez ontem, 02 de Setembro, precisamente um ano desde que a escola foi tomada de assalto - nem é muito diferente do que se soube dos campos de acolhimento às vítimas do tsunami.
Há uma descrição muito forte sobre o que será viver um momento desses: está no livro de Saramago Ensaio sobre a cegueira. O livro é, para dizer o menos, chocante. Conta-nos, em pormenor, o que acontece num local de refúgio.E é em momentos em que lemos as notícias de Nova Orleães que vemos que o livro, apesar de nojento, é extraordinário.
Valha-lhes, ao menos - às vítimas, digo eu - o facto de terem um presidente capaz de colocar milimetricamente, ora o cotovelo direito, ora o cotovelo esquerdo, em cima do palanque de onde discursa. Have no doubt!

sexta-feira, setembro 02, 2005

I got the blues

Outrora as temíveis cheias do Mississipi, hoje a fúria de um Katrina. A história repete-se. A fuga para o norte foi antes mais lenta, chamava-os a indústria, o emprego, o fim da fome, uma nova vida. Hoje a fuga apressada da morte anunciada de véspera não tem justificação. Pouco se aprendeu com o tsunami asiático. Nas ruas que restam são despejados os sobreviventes, entre eles velhos, doentes, crianças, e a fome, a necessidade, o desespero. Aos poucos chegam camiões com água, alimentos, colchas, material de assistência médica, e algumas guitarras, para quem quiser tocar os seus blues.

«I've got de blues,
I beg to be excused
My heart is breaking and my head is aching
That is why I refuse
I'm all confused, ma gal I 'spects to lose,
I can't make no toast tonight ,
Because I've got de blues»


Smith and Bowman, 1901

Estado (de sítio) de Nova Orleães

Numa das cidades mais emblemáticas dos E.U.A., onde o preto era tratado por “rapaz” não obstante a idade no século XX e, já no corrente, as mulheres mostram os peitos em troca de colares de contas, decorrem motins e pilhagens nas ruas. O furacão Katrina causou grandes estragos e motivou a quase deserção da terra. Alguns refugiaram-se em estádios e outros complexos. Outros fugiram. Outros, porém, mantiveram-se atentos e agora Nova Orleães é a verdadeira terra da oportunidade. Os “abutres” dedicam-se a pilhar lojas e casas, imperando a ausência de ordem. Não há organização, não há ordem pública, não há democracia, não há valores de 1º mundo. E já há, o que é típico destas zonas sub-desenvolvidas, imposição de lei marcial.
Como a ONU parece não querer intervir, correm rumores de que haverá uma actuação conjunta de dois países para impor a ordem e restaurar “os mais básicos princípios democráticos e direitos humanos”. Uma força internacional que actuará ao arrepio da ONU, será liderada pelo Iraque e terá como aliado o que muitos manifestantes neo-hipies apelidam do seu cãozinho, Afeganistão. A mais típica graçola hipie é chamar-lhe Afeganiscão. Segundo o executivo iraquiano, “A ONU não funciona nestes moldes, logo é nosso dever, enquanto democracia mais desenvolvida, actuar e repor a ordem e restaurar a aplicação dos Direitos humanos ao pobre povo americano.”

quinta-feira, setembro 01, 2005

Manual de sobrevivência

A poucos minutos de me ausentar mais alguns dias desta minha bela cidade de Valongo, umas sábias palavras do Vosso candidato:

"A astúcia é uma qualidade dos destemidos, ao contrário dos aventureiros que são uns ilustres irresponsáveis…" - autor incógnito


E depois deste BÁRBARO, mas eloquente pensamento, nada melhor do que espreitar o "Manual de sobrevivência Política" :

  • A deslealdade, inveja, corrupção e abuso do poder está para os políticos, como o doping para os atletas de alta competição: todos evitamos, mas só quem cai na tentação é que consegue sobreviver
  • Se puderes mandar fazer, não hesites. Foi para isso que andaste mentir nas eleições, é para isso que serve o Poder!
  • Não uses o Poder, deixa-te usar pelo Poder!
  • Ambição não é sinónimo de qualidades políticas, desmesurada ambição é.
  • Político não erra, apenas tem diferentes pontos de vista sobre a realidade.

Para mais lições básicas sobre este tema, aguardar pela candidatura do próximo colossso presidencial...

Até lá, umas boas férias a todos...

P.S. - A liga portuguesa de futebol profissional aceitou o patrocínio da "BetandWin"...reparem nas cores amarelas e pretas, no fundo amarelo sobre letras pretas e depois vejam o pequeno frasco que têm nas vossas farmácias de "Beta(n)d(w)ine"...eu questiono-me se não terá sido erro de impressão do patrocínio, ou se... enfim, Betadine para todos.