Um facto, uma notícia e o aparente silêncio dos “media” nacionais… o que me leva a pensar sinceramente que a censura existe e que o engenheiro controla os jornalistas todos.
Nem queria acreditar quando ontem li a notícia que adeptos do FCP foram impedidos de rumar a Lisboa a fim de assistirem ao jogo de hóquei em patins entre aquele clube e o SLB. Nem queria acreditar que foram barrados pela PSP à saída das portagens de Alverca.
Entretanto li o comentário que apareceu no site do FCP e comecei a acreditar. Não por ser uma declaração do meu clube, mas pelo realismo dos factos que continha.
E agora gostava de acreditar que tal nunca aconteceu e que é tudo mentira.
Para quem não sabe eu passo a explicar: o FCP jogou na 4ª Feira, dia 25 de Abril (mera coincidência!!), o 2º jogo da final do “play-off” que ditará o campeão nacional de hóquei em patins. Como é normal adeptos do FCP pretenderam assistir ao jogo. E agora vejamos as duas versões:
Uma das claques do FCP, pasme-se!!!, arranjou uma camioneta, meteram 70 macacos lá dentro, outros tantos foram em viaturas próprias e fizeram-se à estrada. Após passarem as portagens de Alverca foram interceptados por elementos da PSP que os impediram de seguir viagem até Lisboa. Se é verdade que nem todos tinham bilhete para o jogo, também é verdade que já haviam alguns com bilhete comprado. Não obstante, a PSP não só os obrigou a regressarem ao Porto, como ainda fez questão de se certificar que regressavam e acompanhou-os até Santarém.
Palavras do “líder”: «Fomos cerca de 100 elementos do Porto e havia mais 20 em Lisboa. A viagem foi feita num autocarro de 70 lugares e os restantes elementos em viaturas particulares. Tudo correu normalmente, sem qualquer incidente, e, qual o nosso espanto, quando, ao passar na portagem, na via verde, vimos algumas movimentações, com duas carrinhas do Corpo de Intervenção da PSP e quatro carros à civil da polícia. Saíram dois polícias a correr para o meio da rua, um dos carros atravessou-se também à frente do autocarro e obrigaram o motorista a desviar-se para um parque que há do lado direito (…)Apenas eu e o motorista saímos e fui saber o que se passava, ao que me perguntaram se tínhamos bilhetes. Disse que havia uma pessoa nas bilheteiras do pavilhão da Luz e que já tínhamos 28 mas íamos conseguir mais. A resposta que me foi dada é que tinham ordens para não nos deixar passar. Ainda disse que entravam apenas as pessoas que conseguissem bilhetes e que as restantes viriam para trás, o que era justo, mas mesmo assim não nos deixaram seguir (…)Pelo contrário, tiveram de inverter o sentido da marcha. "Foi dito ao motorista que iam rodear o autocarro e que íamos ser escoltados e que se ele não fizesse o que lhe estava a ser ordenado lhe seria dada voz de prisão. Acatámos o que nos foi dito, seguiram-nos até Santarém e lá voltámos para trás, rumo à nossa cidade»
A PSP afirma que não obrigou ninguém!!! Que os aconselhou! Imaginem só um elemento da PSP, com o corpo de intervenção nas suas costas a dar conselhos ao “líder” e este a acatar esses mesmos conselhos…
A notícia refere que: «Em reunião mantida na véspera do jogo, o Benfica informou a PSP que, apesar de não ter havido reserva de ingressos, tinha a indicação de que adeptos do FC Porto pretendiam assistir ao encontro e, colocado perante este novo dado, o Comando Metropolitano de Lisboa contactou o seu homólogo do Porto, confirmando que adeptos portistas já se haviam feito à estrada estavam a caminho de Lisboa. Avaliada a situação, a PSP decidiu encaminhar elementos da Unidade de Informações Desportivas para as portagens de Alverca, na A1, que "aconselharam" os adeptos, espalhados por várias viaturas, a regressarem ao Porto, dado que tinham apenas na sua posse "vinte e poucos bilhetes", de acompanhantes de sócio do Benfica e em lugares dispersos no pavilhão.
"Em defesa da segurança física dos próprios adeptos do FC Porto e considerando que não havia condições de segurança, a PSP aconselhou-os a regressar, o que eles compreenderam e acataram", contou ainda à Lusa Paula Monteiro, porta-voz do Comando Metropolitano de Lisboa.»
Isto posto, acho que o que se passou é grave. É mais grave que as notícias do engenheiro que não é engenheiro que afinal já é. É mais grave que saber que o pantera negra está no hospital que tem telefone no quarto e que ele caminhou e que já regressou a casa e a mulher não o deixa ver o jogo do próximo domingo. É mais grave que saber que arderam 86 milhões no escândalo da Afinsa. É mais grave do que saber que o príncipe Harry já não vai à guerra. Pois bem, tudo isto é notícia. À excepção dos graves incidentes que se passaram na portagem de Alverca. E este silêncio irrita-me ainda mais porque tenho a certeza que se o episódio tivesse sido ao contrário, o país parava. As vozes da liberdade levantavam-se e falariam alto. Mas como o que se passou foi com a claque dos super-dragões é um bocado: eles que se fodam, cambada de ladrões!!
