quarta-feira, janeiro 21, 2009

Começar com o pé direito

Actions speak louder than words...

O 1º discurso dos novos E.U.A.

terça-feira, janeiro 20, 2009

Revolutionary Road



Can two people break away from the ordinary without breaking apart?

Em torno desta premissa nasce todo o enredo da película.
Correm os anos 50 nos subúrbios de Connecticut.
Frank e April conhecem-se numa festa e apaixonam-se à primeira vista.
Aproxima-os uma visão comum da vida como oportunidade para desafiar as premissas pré-estabelecidas de uma sociedade em que a estabilidade e as aparências prevalecem, em deterimento da afirmação da individualidade e da felicidade de perseguir a verdade interior.
No entanto, com o avançar da vida a dois, acabam por caír no mesmo marasmo que os rodeia, acomodando-se nessa falsa segurança de serem especiais, quando, de facto, já eram apenas mais um casal. Ela uma doméstica tratando dos 2 filhos do casal e ainda recuperando da frustração de falhar uma carreira como actriz. Ele enterrado num aborrecido mas relativamente bem pago emprego num escritório.
Chegam as dúvidas, os desvios no caminho traçado a dois, a consciência da impotência perante a força dos ditâmes do convencionalmente estabelecido como normal e aceitável.
Até que April cria um plano para uma mudança radical que lhes permitiria tomarem de volta as rédeas das suas vidas.
If being crazy is living life as if it mattered, i don´t care if we´re insane.
Mas a paixão, os sonhos, a felicidade imaginada e desejada chocam brutalmente com a realidade.
O vazio interior soma-se à angústia criada com este choque.

Para além das brilhantes interpretações, quer dos protagonistas, quer de todos os actores secundários, com destaque para Winslet que enche o ecrã com o melhor papel da sua carreira e para um desconcertante Michael Shannon (que merecia uma nomeação para melhor actor secundário), Sam Mendes (servindo-se do romance homónimo de Robert Yates) pinta um fresco profundo e introspectivo da sociedade americana do pós-2ª Guerra Mundial que, embora aparentemente foque problemas temporalmente localizados, como a ausência de emancipação da mulher na sociedade e no casamento, deixa inevitavelemente a um olhar mais atento um frio no estômago, pela percepção de que, em mais de meio século, pouco mudou...

Uma das melhores obras cinematográficas do ano.
Estreia dia 29 deste mês.


Sea of Love - Cat Power

STAY HUNGRY! STAY FOOLISH!

Muitos pensam e sonham, poucos fazem.
O Mundo é daqueles que fazem o que pensam e sonham, que são fiéis primeiro que tudo e todos a si próprios.
Nem sempre quem ousa seguir o seu próprio caminho está condenado...

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Espelho

Às vezes, queria ter apenas uma palavra
para te ver, tão leve como a flor, ou
tão doce como o amor; queria saboreá-la,
como se fosse um torrão-ou dizê-la

como fácil suspiro, sem dor nem tristeza.
De outras vezes, queria envolvê-la numa
espuma de frases, escondê-la sob a névoa
do verso, ou atirá-la ao vento que a

confundisse com a mais branca nuvem.
Mas essa palavra só existe porque diz
o que és, quando a digo; e se a não

digo, também o silêncio se transforma
em palavra, para que o espelho do poema
se abra, e nele o teu rosto me sorria.



Nuno Júdice "O Breve Sentimento do Eterno"



MusicPlaylist
Music Playlist at MixPod.com

A herança

Em tempo de transição, em que a contagem decrescente para a tomada de posse de Obama chega ao fim, Keith Olbermann again...

8 years in 8 minutes



(Assustador em tudo isto é que são factos, não há retórica.É escandaloso...)

domingo, janeiro 18, 2009

SLUMDOG MILLIONAIRE


Com 5 Critics´ Choice Awards e 4 galardões atribuídos pela imprensa estrangeira dos E.U.A. (para além dos prémios que tem coleccionado por esse mundo fora...), aconteça o que acontecer na noite dos Óscares é seguro dizer que estamos já perante um dos filmes do ano.
Danny Boyle mantém o seu estilo habitual, com acção permanente, complementada por uma montagem frenética que vem enriquecer ainda mais esse ritmo (concretizada por um relativamente desconhecido Chris Dickens), uma banda sonora sempre a abrir que conta com nomes como M.I.A (criada por um conhecido compositor de Bollywood, já galardoada tanto nos Golden Globes como nos Critics´ Choice Awards) e um argumento simultaneamente criativo e aliciante para o espectador (brilhante adaptação do romance indiano “Q & A” por Simon Beaufoy) , que aguarda ansioso o desenrolar das aventuras e desventuras de Jamal Malik.
A Índia é o pano de fundo que envolve toda a trama. É quase palpável o ar pesado, quente, carregado de aromas e cores…o quotidiano de uma das grandes potências mundiais tanto demográfica como económica e cinematográfica.
Bollywood é constantemente citada e celebrada, culminando nos créditos finais já completamente embrenhados nesse espírito de celebração, dança, alegria que tão frequentemente associamos ao cinema daquela zona do Mundo.
Tudo começa “in media res”, como qualquer bom filme capaz de manter o público bem preso no seu lugar, e as respostas (literalmente) vão surgindo ao mesmo tempo que o passado de Jamal nos é revelado, assim como o segredo para o facto de um miúdo de um bairro de lata, auxiliar numa empresa de telemarketing de Mombai, estar a uma pergunta de vencer o “Quem quer ser Milionário”.
O artifício que torna a acção mais fluida é facto de o argumento mesclar sem mácula aventura (a fazer lembrar a espaços “Cidade de Deus”), romance e suspense, num “melting pot” irresistível aos sentidos, a que com certeza não são alheios os inúmeros prémios do público com que esta película tem sido agraciada em quase todos os festivais por onde passa (a lista é interminável: Austin, Chicago, Toronto…).
É uma celebração da Vida, do Amor e do Destino, um dos raros exemplos dos últimos anos em que público e critica especializada são unânimes.
E a noite dos Óscares, havendo nomeações que confirmem o favoritismo, vai ser apenas mais uma prova dessa consensualidade, tendo em conta a concorrência até agora pouco à altura.

Vejam e digam de vossa justiça.

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Goodbye Mr. Bush

You won´t be missed...A última conferência de imprensa "desconstruída", por assim dizer :)


(I like Keith Olbermann :) )

(Já agora a grande Sarah Palin...Ah, seria maravilhoso vê-la em funções!)

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Os filmes do ano começam a alinhar-se...


Slumdog Millionaire confirmou esta madrugada o estatuto de filme do ano ao arrecadar 4 Golden Globes (melhor filme, melhor argumento (Simon Beaufoy), melhor realizador (Danny Boyle...sim é o mesmo de "Trainspotting") e melhor banda sonora), que juntou aos 6 prémios ganhos no Critic´s Choice Awards há uns dias, esmagando a concorrência.
A história é excelente, a realização irrepreensível, o argumento prende a atenção do início ao fim.
Fica o trailer para aguçar a curiosidade.
(Estreia para Portugal provavelmente só depois dos Óscares, como é costume...Sempre na cauda do Mundo.)
Outra grande surpresa foi a "dobradinha" de Kate Winslet que levou o galardão de melhor actriz secundária por "The Reader" e melhor actriz principal por "Revolutionary Road", o novo de Sam Mendes.
Mas o prémio da noite foi mesmo este.
O Óscar para melhor actor secundário este ano já está mais que atribuído...e bem!
Quanto aos restantes prémios as surpresas não foram muitas, excepto a copiosa derrota tanto de "The Curious Case of Benjamin Button" como de "Frost/Nixon", que saíram de mãos vazias.
Confirmado foi também o regresso de Mickey Rourke, que conquistou com o seu desempenho tocante em "The Wrestler"(Leão de Ouro em Berlim este ano).
O interessante neste caso é a afinidade entre a personagem no ecrã e a personagem real.
Um grande filme.


(A lista completa de nomeações e prémios aqui.)

Venham os Óscares!

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Caso Esmeralda

Finalmente uma decisão...veio tarde mas veio.
Tornou-se um caso de rua, discutido por todos, nem sempre com a necessária isenção, distanciamento e principalmente responsabilidade por parte de personalidades públicas das quais isso era esperado e exigível (servindo inclusivamente para promoção pessoal de determinadas pessoas com menos escrúpulos), lançando ainda maior confusão sobre um caso que já foi decidido há bastante tempo (Julho de 2004 (!)...sim é verdade...e confirmada pelo Supremo Tribunal de Justiça) e cuja sentença não pôde ser executada simplesmente porque a criança foi raptada.
A palavra é só e apenas esta:RAPTADA!
Não podem ser legitimados todos os meios para que se concretize uma vontade que se pensa "ser a melhor". Isso significaria regredir na evolução das instituições e das mentalidades para a qual muitos lutaram no passado e trabalham todos os dias.
O estranho é que até agora não tivesse havido o discernimento de nenhuma das partes envolvidas para pôr termo a todo este circo que se gerou, poupando a criança, afinal de contas aquele que deveria ser o centro de todas as atenções.
Enfim...é o triste país que temos.

É um grande dia para a Justiça portuguesa.

É mesmo verdade...

...Está a nevar aqui.
Estou a ver da minha janela.
Já não via um espectáculo destes desde a minha infância.
É bonito... :)


Let It Snow, Let It Snow, Let It Snow (Live) - Michael Buble

Ha dias assim...


Monkey 23 - The Kills

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Hoje vi o J. na Baixa. Tava diferente...

...a nossa personalidade social é uma criação do pensamento dos outros. Mesmo o acto tão simples a que chamamos "ver uma pessoa conhecida" é em parte um acto intelectual. Preenchemos a aparência física do ser que vemos com todas as noções que temos sobre ele e, na figura total que imaginamos, essas noções possuem certamente um importante papel. Elas acabam por encher as faces tão perfeitamente, por acompanharem numa aderência de tal modo exacta a linha do nariz, tratam tão bem de graduar a sonoridade da voz como se esta não passasse de um transparente invólucro que, de cada vez que vemos este rosto e que ouvimos esta voz, são essas noções que reencontramos, são elas que escutámos.


Marcel Proust - "À Procura do Tempo Perdido - Do Lado de Swann"
(Morreu num quarto insonorizado onde se fechou e raramente deixava entrar sequer a luz. Mas sabia umas coisas...)

Ainda há quem me compreenda...

Compreenda-me: pertencemos a uma terra em que a vivacidade faz as vezes do talento e onde a destreza ocupa o lugar da capacidade criadora, e creio com frequência que não passamos de facto de débeis mentais habilidosos consertando os fusíveis da alma à custa de expedientes de arame.


António Lobo Antunes "Os Cús de Judas"

The Shinning

All work and no play makes Jack a dull boy

Puro cinema.
Realizado há quase 30 anos (1980).
Banda sonora alucinante.
Planos inesquecíveis.
Um Jack Nicholson brilhante.
O terror não tem que ser explícito para ser (BEM) eficaz.

Já não há disto...




Mais uma cena...como resistir?
Mais uma daquelas sequências que ficou para a história do cinema.
Aqui Kubric inspirou-se na famosa foto de Diane Arbus, de quem era amigo (as semelhanças não enganam...).
(Será que quando alguém planeia ao pormenor e filma uma cena assim, sabe que acabou de garantir a sua imortalidade?)
Come and play with us Danny.
Forever...and ever...and ever...


segunda-feira, janeiro 05, 2009

Sou





O leve sopro de uma brisa morna atravessa o Oceano.
Os olhos fecham-se, apuram-se os sentidos.
Começa a viagem...
Mochila às costas, o caminho desdobra-se à nossa frente a cada faixa.
Sem pressas, saboreando cada passo, sem a certeza de uma meta concreta.
Porque o essencial é invisivel aos olhos.
A melancolia mistura-se com o samba.
A ilha em que cada um de nós vive não sobreviveria imersa no nosso ego.
Partilham-se sentimentos.
Criam-se laços invisiveis como só a linguagem universal da Música é capaz.

Álbuns destes escapam à espuma dos dias.



Passeando - Marcelo Camelo


Janta - Marcelo Camelo e Mallu Magalhães

domingo, janeiro 04, 2009

Mais uma vez...

...talvez mais do que nunca.





Se todos berrarem bem alto será que nos fazemos ouvir?
A sala do Conselho de Segurança da O.N.U. parece ser à prova de som...

sexta-feira, janeiro 02, 2009

A 1ª música

Eles tinham esta pérola na gaveta há mais de 10 anos.
Tocaram-na várias vezes ao vivo mas nunca a tinham gravado, talvez por saberem que não estava ainda ao nivel que poderia estar. Tinham razão. (vejam http://www.youtube.com/watch?v=rG4ItJINzQs)
Chamaram-lhe "Big Ideas (Don´t Have Any)".
Passou por vários retoques até que decidiram finalmente gravá-la no celebrado e audacioso "In Rainbows" de 2007.
A parte instrumental, perfeita no seu despojamento, abre alas para a voz divina de Thom.
O título, apropriadamente, passou a "Nude".

Que o Novo Ano tenha a leveza e a luz desta melodia.

Ladies and gentleman, i give you the best band in the world: Radiohead.

quinta-feira, janeiro 01, 2009

O passado tem sempre lugar no presente...

Guns and f***** Roses, quando eram uma banda digna desse nome.
Um dos melhores guitarristas vivos, grande bateria, música que fica no ouvido e que dura para sempre.
Contra factos não há argumentos.
Como dizia uma grande banda de rock português "o que foi não volta a ser, mesmo que muito se queira..."

Só para o tipo dos 700 tiros, com um abraço.

(Não consegui arranjar um clip com a música completa...mas mesmo incompleta bate qualquer "democracia chinesa" do mundo.)