sexta-feira, outubro 26, 2007

In Rainbows

Tenho a boca seca...um persistente e ruídoso parasita voador insiste em tentar sugar-me o sangue...começo a despertar. Olho os números verdes e frios na escuridão. Ainda falta uma hora para o berro do despertador. Procuro voltar ao sono...em vão.
Corro a persiana para espreitar a manhã. Cinzento, cinzento e mais cinzento..."porra prá melga"´. Rotina automática de todos os dias. Saio para a rua.
Chove.Um arrepio de frio húmido deixa-me ainda mais chateado. Levo a mão ao bolso e lá estava a voz fiel das manhãs. On Play Álbuns In Rainbows
Fecha-se a bolha. Um inevitável sorriso de familiaridade. Um conforto aconchegante acomoda-se na lenta cadência dos passos.
Paz, Luz, Raiva, Fúria, Amor, Desejo, Destino, Harmonia, Melodia, Criatividade, Liberdade...palavras vão bailando ao som das notas que se sucedem.
Os Radiohead somos nós, pequenas bolhas flutuantes coladas ao chão pela gravidade.
Mas nada nos tira a felicidade de um arco-iris nos dias mais escuros.

3ª feira, manhã cedo, 23 de outubro

sexta-feira, outubro 19, 2007

Habemos Papa!

E não é que o "Socras" lá conseguiu que se aprovasse em Lisboa o tão propalado Tratado Renovador? Agora só faltam as ratificações e as assinaturas.
Muitos dirão : "Eh pá isso é grande tanga.A Alemanha deixou tudo cozinhado no seu mandato. Era só deixar em lume brando e levar à mesa." Pois, tá certo. Agora que fica bem fica.Tratado de Lisboa...é bonito... E foi bem dura a viagem.
Apesar do uso político que alguns lideres europeus mais renitentes fizeram destes timings para exigências de última hora, para efeitos mais de gestão de imagem interna do que qualquer outra coisa, a aprovação deste Tratado vai finalmente trazer à União Europeia uma viragem decisiva, adaptando às realidades actuais uma instituição cada vez maior e mais pesada e efectuando uma integração mais efectiva dos seus membros mais recentes.
A ver vamos que resultados práticos vão ter todas estas novidades...

Pela política nacional, ontem houve Grande Entrevista com o novo líder do PSD. Calmo, tranquilo, foi expondo as suas ideias ao seu ritmo, apesar de por vezes ao invés de responder directamente ao que lhe era perguntado, optar pelo caminho mais longo e penoso da demagogia. Um exemplo flagrante deu-se quando Judite de Sousa lhe pergunta o que deveria ser feito relativamente à reestrutração da Administração Pública e lhe expôs os números e os objectivos que o Governo se propõe atingir. Menezes, tranquilamente, responde que o Governo deveria optar por encaminhar os funcionários públicos para empresas ligadas ao Estado, onde pudessem continuar a trabalhar, agora em regime de outsourcing, com a Administração Pública.
Ora bem, as questões são inúmeras: ia criar novas empresas de raíz? Se não, para que tipo de empresas iriam ser "mobilizados" esses funcionários? Envolvendo despesas esse outsourcing, quem as paga?
Colocou a fasquia bem alta relativamente a futuras eleições, afirmando que está habituado a ganhar. Quanto ao dossier Santana, manteve a coerência no discurso, reafirmando que o risco de bicefalia na liderança é pura fantasia e a sua confiança no ex-Primeiro Ministro (até me arrepiei agora...).
Será que a montanha vai parir um rato?

terça-feira, outubro 16, 2007

16 de Outubro de 2007

Hoje é dia 16. Ontem foi dia 15.
Hoje é mais um dia normal de trabalho. Ontem também foi. Mas ontem também foi o "blog action day". E, claro, "nós" ficamos à margem da normalidade dos blogs nacionais e internacionais.
Ora, como é óbvio rejeitamos a ideia do "orgulhosamente sós" e também a desresponsabilização social que tal acto poderá parecer indiciar. NADA DISSO. Nós não escrevemos nada, PORQUE SIM!! Ontem foi, portanto, um dia à Nossa imagem, um dia PORQUE SIM!

Mas eu gostava de aqui dizer que gosto muito do Planeta Terra; e que o Ambiente é nosso amigo; e que temos de respeitar a Natureza Mãe!

Isto posto e mais uma vez gostava de realçar duas notícias que li hoje. A primeira prende-se com a proposta do LFMenezes de acabar com o Tribunal Constitucional. Parece-me acima de tudo uma tentativa de apresentar ideias novas, mas que acaba por ser uma má ideia. Qual a razão para fazer extinguir o Tribubal Constitucional? Será a aplicação do simplex pelo PSD que leva à extinção do TC? Pior, será a integração daquele tribunal no Supremo Tribunal de Justiça. Isto porque, não é só nos Tribunais Comuns que se discutem questões de constitucionalidade. Em boa verdade, também no Supremo Tribunal Administrativo se levantam essas questões. Ora, será que será o STJ que irá ditar a interpretação da CRP ao STA, sendo ambos da mesma hierarquia? É que, sendo assim, também podemos colocar a questão ao contrário: por que não a integração do TC no STA? Um conselho ao LFM: há ideias que são optimas e ideias que são más. Limite-se, de preferência, só às positivas...

A segunda notícia que merece o meu comentário no dia 16 de Outubro de 2007 tem que ver com a mais que esperada candidatura de PSLopes a líder parlamentar do PSD. Não sei se deva rir ou se deva chorar!!
De uma coisa estou certo: Mourinho é o culpado. Não fosse a chegada do Mourinho e o PSL não teria tido o protagonismo que teve.
Analisando politicamente o papel dele no grupo parlamentar, acho que iremos ter duas oposições: a do LFM e PSL. Apesar de afirmarem o contrário, julgo que irá ser inevitável a co-existência de duas vozes com particular intensidade na oposição. De fora do Parlamento estará LFM, cujo espaço de actuação (ou "teatro de operações" como já ouvi chamarem-lhe) será a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, os jantares do PSD e as conferências de imprensa. Maior exposição mediática terá PSL que, no Parlamento, poderá interpelar o Governo e, em especial, o Primeiro-Ministro. Tal confronto directo dará ao PSL maior mediatismo e protagonismo.
Tenho uma dúvida: mesmo que PSL respeite as orientações de LFM, o maior mediatismo de um e a necessidade de LFM contrabalançar, procurando inventar aparições públicas para falar sobre tudo e sobre nada, não irá levar o PSD ao mesmo destino que o PP de Ribeiro e Castro e a "oposição de Portas"?
E por falar nisso, como fica o PP com o PSD a concentrar em si todas as atenções? Já se sabe que no Parlamento as atenções estarão viradas para o PSL (ele irá fazer tudo para isso) e cá fora o LFM chamará a si a atenção dos jornalistas... assim, como fica o PP? Não se adivinham dias fáceis para Diogo Feyo (no Parlamento) e Portas (nos telejornais).
Por último e ainda a propósito da dupla LFM/PSL, pobre Sócrates que ganhou duas sogras para lhe "comerem" a cabeça. Numa das orelhas estará PSL e na outra estará LFM... é bem feita!! Para o que ele anda a fazer, havia de ter o Cunhal na esquerda!! Só para o massacrar... Em vez disso, tem um PCP fraquinho, sem ninguém que se faça ouvir e um "movimento" chamado BE que cada vez mais reclama poder!!

Numa palavra: estamos entregues à bicharada!!

quinta-feira, outubro 11, 2007

Desespero (que não eleitoral)

Duas pessoas. Um carro. 7.00h manhã. Ainda é noite. Um conduz. O outro apanha boleia. Questão: qual a razão para que essas duas pessoas sejam obrigadas a conversar? Por que razão não vão as duas em silêncio? Que de relevante há para dizer às 7.00h manhã? É que nem de tempo se pode falar, uma vez que ainda é noite! Talvez sobre as previsões, mas depois temos diálogos como estes:
- então hoje vai estar sol;
- é verdade;
- e ouvi dizer que chuva só para semana;
- a sério?
- é verdade;
- pois;
- mas eu acho que isto é tempo trovão (nota: fica sempre bem dar uma opinião. Melhor ainda só uma opinião avalizada sobre o tempo. sem palavras fico quando me falam do tempo trovão);
- pois;
- já viste como o tempo anda estranho;
- pois;

questão: o diálogo é fraco. Sem interesse. Não valeria a pena o silêncio?

P.S. Felizmente eu viajo sozinho. Assim posso sempre cantar! Nada me dá mais satisfação a conduzir do que cantar e fazer o "air drum". Em especial se não conhecer a música e me limitar a fazer uns sons estranhos...

quarta-feira, outubro 10, 2007

Rivolução

Bom dia a todos e um bom regresso ao N/ M.M.I..

Hoje acordei com um forte desejo: queria que o Primeiro-Ministro viesse para os meus lados. Isto porque o que me apetecia realmente era manifestar-me; dizer palavras de ordem; assobiar; insultar; mostrar toda a raiva que tenho dentro mim; e claro, falar para as televisões e demonstrar a minha irritação perante este Primeiro-Ministro e este Governo socialista (acho que chegaria mesmo ao ponto de utilizar a palavra “escândalo” na minha entrevista).
O que seria diferente de todas as outras, é que esta manifestação seria espontânea.

Por falar em manifestações, hoje dois temas me assustam.
Por um lado, a trapalhada com o José Rodrigues dos Santos. Agora vamos (Conselho de Administração) fazer um procedimento disciplinar. Será ingerência? Será que já não houve uma ingerência bem mais grave aquando da nomeação da correspondente em Madrid?
Por outro lado, a decisão de arquivamento da queixa crime apresentada contra as pessoas que ocuparam o Teatro Rivoli. Quem não se lembra da palavra de ordem de “Rivolução”? O que me deixa algo perplexo é a aparente natureza política do acto como justificação do acto e como fundamento para o arquivamento da queixa. Só não percebo então qual a razão por que todo o país ficou revoltado com a invasão de propriedade privada por um grupo de apelidados terroristas… haverá assim tanta diferença? Será que se esses tais terroristas alegaram a natureza política do seu acto, a queixa apresentada contra eles será arquivada? Ainda a bater no ceguinho, se um grupo de cidadão cortar uma estrada qualquer, por motivos mais diversos, nem que não seja para dizer mal do Governo, será que serão acusados?

Para terminar, fica mais uma pergunta: se a invasão do Rivoli foi um acto político; se os Rivolucionários tivessem sido acusados e se eles tivessem fugido para o Brasil, será que poderiam alegar o estatuto de refugiados políticos?

terça-feira, outubro 09, 2007

I´m back you m*******cker!

A pedido de uma jovem Amélia que me comeveu profundamente e de várias familias pouco familiarizadas com estas modernices da "internete" e dos "belogues", é com muito gosto que após uma já longa ausência por motivos "académicos" (chamemos-lhe licença sabática para dar mais luxo à coisa) voltamos à companhia do já longo rol de leitores deste tão emérito e, atrevo-me a dizer, espectacular blog.
Foi com alguma emoção e indesmentivel alegria que constatei que o nosso excelso director/censor/editor/... (tou sem tempo para mais barras...) modificou o seu nick. Debrucemo-nos sobre esta questão... Será que optou por resguardar melhor a sua identidade para esconder a vergonha de ser incapaz de ter posts com mais de 2 ou 3 linhas? Ou simplesmente tava pouco inspirado e decidiu "epá hoje vou fazer uma matreirice das minhas...ihihihih..."...ou simplesmente será um presságio de que pretende pôr um ponto final neste baluarte da liberdade de expressão bloguistica em que, tão curto espaço de tempo, se tornou este vosso "pq sim"? Está lançada a polémica...ou então não...

Quanto a outros assuntos menos prementes mas igualmente desinteressantes, o Nuno Gomes marcou 2 golos no último derby em que interveio (um emocionante Benfica-Paços de Ferreira, com estádio quase vazio e com um Paços que mais parecia um bando de figurantes do grande "Noite dos Mortos Vivos"...). Sim, porque cada jogo do Benfica é um derby...mesmo que não seja... Houve direito a repetições para todos os gostos, resumos alargados, repetições do ultimo golo há mais de meio ano atrás, enfim, toda uma panóplia de alegria e galhardia benfiquista em todos os canais de televisão (e nas rádios também...) e em qualquer electrodoméstico com capacidade para produzir som e/ou imagem. Estranho, ou talvez não, é o facto de FCP ter feito um arranque de campeonato histórico e só aparecer a espaços em notas de rodapé... Quanto não vale ameaçar jornalistas e orgãos de comunicação social? Pena o Jorge Nuno não poder abrir tanto o bico como há uns tempos atrás. Se bem que os resultados falem por si. Al-Ahli não é para já o destino de Jesulado Ferreira, para o mal e para o bem. Venha o Marselha...

O "Paulinho das Feiras" teve ontem (finalmente...já estavamos com saudades) o seu já há muito aguardado "balão de oxigénio" mediático, depois das tristes cenas que se seguiram ao "golpe de Estado" na liderança do seu partido e à copiosa derrota em Lisboa, que o haviam remetido ao silêncio e à relativa irrelevância, algo que o deve assustar mais do que ser assombrado pelo fantasma de Álvaro Cunhal. Se fosse o Prof Marcelo a escrever estas palavras daria talvez uns 13/14 valores. Pela invulgar sobriedade e preparação que demonstrou ter e pertinência das alguns tópicos que foi abordando, apesar de algum habitual e inevitavel alarmismo e uns assomos de securitarismo exagerado que não poderiam faltar. Boa Paulinho! A direita bem está a precisar de um empurrãozinho porque isto não anda nada bem para esses lados... Que o diga o "falecido" Marques Mendes, que aprendeu da pior maneira possivel que manobras palacianas e jogos de bastidores não ganham eleições directas, muito menos promessas de continuidade quando se pede audácia e inovação e uma oposição mais construtiva e interventiva.

Por agora ficamos por aqui...

Me, Myself and I

Hoje estamos em Outubro e o tempo está quente. Ontem também estávamos em Outubro e o tempo não estava tão quente.

Isto posto, o post de hoje é inteiramente dedicado ao “Me, Myself and I”. Onde andas tu, meu bichano? Longos dias passaram desde esse longínquo dia 13 de Junho de 2007 e tu… NADA! Desde essa data que aguardamos com enorme expectativa um novo post, um novo comentário, uma ideia, uma palavra.
Julho – Nem vê-lo.
Agosto? Muito calor…
Setembro? Muito que fazer!
E Outubro?

Cá te esperamos, meu caro! Fresco e renovado, mais bicha que bichano e, claro, quintanista!

Para o fim fica o P.S.. Como me parece óbvio, o P.S. tinha de ser no fim. Se bem que há quem utilize o P.S. como introdução. No entanto, dizem os mais sábios que nesse caso se lhe deve chamar “introdução”.
Eu hoje prefiro fazer um P.S., mas sem o indicar com a siglas P.S.. Não é uma “conclusão”. É um P.S..
E que quero eu falar/dizer? Nada de mais. Apenas e tão só que me choca a atitude de Marion Jones. Por um lado temos a crueldade do testemunho e a dureza da verdade e, do outro lado, a mulher fraca e humana que chora e entrega as medalhas. Qual delas devemos escolher?

quinta-feira, outubro 04, 2007

may you never...


antecipo-me ao dia do ritual. por amanhã ser (quase) sábado e nesse quase caber a dimensão de um feriado. não um feriado qualquer. o raro feriado antes de um sábado. adiante. john martyn com may you never. um bom mote para a glosa deste descanso prolongado.

Meus caros amigos, o meu último post obteve um comentário de um ilustre co-escritor que fazia referência ao N/ objectivo de um ano sem post's! Como se devem lembrar, nesse post eu fiz uma promessa bloquistó-socialista. E se, por um lado, sabem como são as promessas bloquistas e, por outro lado, as promessas socialistas, agora imaginem só a força da promessa bloquistó-socialista! Mas dizia, nesse post fiz uma promessa, estabeleci publicamente o compromisso de que Setembro é que ia ser, de que em Setembro não haveria dia em que eu não iria escrever qualquer coisinha, nem que fosse sobre o tempo!
Pois é meus caros, em face do comentário que tal post teve direito, decidi acatar serenamente a decisão colectiva (afinal só em face de um objectivo colectivo é que a promessa bloquistó-socialista pode ceder). Mas para espanto meu, verifico que o ilustre co-escritor tem tomado o protagonismo e, ao contrário do estabelecido, tem sido ele a escrever e a colocar post's.
Posto isto, como fica a minha promessa bloquistó-socialista? Deixo-me ficar? Assumo só a parte bloquista da promessa?

O tempo está bom. Chove. Faz um vento leve, uma aragem friamente seca. O ar está quente. As folhas caem. Estamos no Outono. Já cheira a castanhas. As vindimas estão aí.

E eu estou de volta! Mais socialista do que nunca. Mais bloquista do que sempre. E no meio, social democrata. Como alguém disse um dia: "assim, me assumo: uma perna na esquerda, uma perna na direita e os "tomates" (felizmente) ao centro".


P.S. - esse alguém fui eu e a frase acabei-a de inventar. Mas como falava em "tomates" achei por bem fazer de conta que estava a citar alguém. Assim não me podem acusar de ser mal educado.

segunda-feira, outubro 01, 2007

dia mundial da Música


para o dia de hoje a casa da música preparou um espectáculo com uma orquestra de 600 elementos, só que os 600 não cabem no palco, então vão tocar na plateia. e se vão tocar na plateia a assistência vai para o palco. como os bilhetes são gratuitos (e ainda bem) rapidamente se esgotaram a meia dúzia de lugares disponíveis. é pena. é pena que para o dia mundial da música a casa da música se tenha esquecido de pensar um espectáculo para todos. nem sequer falo de um estilo que agradasse à maioria (difícil, mas não impossível), mas de um momento a que pudessem assistir mais que meia dúzia.